quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Enredo Emocionante

Noite de Natal, estão todos fartos.

Se eu não insistir vão deitar sem escovar os dentes.

Já expliquei tudo o possível sobre o nascimento de Jesus.

Tento fazê-los não se ligar tanto nas luzes e na árvore de Natal enorme.

Vou eu de novo.

Permito que minha emoção conduza minha imaginação e entro no enredo. Convido – os a irem comigo, eles aceitam.

Maria assustada. Através do medo já imaginando as pedras batendo em seu corpo.

José assustado. Apaixonado e sem saber o que fazer.

Inveja, desejo de poder, ganância.

Esconderijos, fuga!!!!

Lama, poeira, soldados.

Deserto, camelos, garrafa de barro.

Jerusalém!Egito!

Maria, José, fome, pés sujos.

Cocô de vaca, palha, manjedoura e nenhum amigo com o casal.

Eis o salvador da humanidade queridos.

Deus se revela a humanidade através de um bebê Galileu.

Alegrem-se crianças! Jesus nasceu!

Davi, não precisa gritar tanto.

Sofia, não precisa também censurar seu irmão desse jeito.

Boa noite crianças. Peçam um presente a Ele esta noite.

Silêncio, conseguem ouvir seu choro? Mais um pouco de silêncio, se vocês se aquietarem vão ouvir.

Agora ele parou. Maria deve ter dado a ele o peito.

Ah, ali, José chegou com comida. Está perto do jumentinho.

Vou sair da sala, ai vocês pedem um presente ao bebê.

Ih, começou de novo. Estão ouvindo o choro?

Hoje vocês dormem aqui debaixo da árvore.

Boa noite!

domingo, 13 de dezembro de 2009

Verme

Tens noção de como és feio?
Seu corpo é de um marrom sem brilho, todo listado, parece um pedaço de madeira.
Você tem vários pés, todos brancos, e conforme você se locomove eles parecem uma cortina.
O que é isso em seu rosto? bigodes? Você os utiliza para caminhar. Apare-os! São muito grandes.
Estais atrapalhando minha leitura, não quero esmagar-te.
Não se aproxime, vai embora! Sua falta de dotes físicos é repugnante.

domingo, 15 de novembro de 2009

Ruptura

"Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
pelas gazelas e cervas do campo,
que não acordeis,
nem desperteis o amor,
até que este o queira."

Cântico dos Cânticos 2.7

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Relacionamento Perfeito Lya Luft

O assunto pode ser dramático ou engraçado, tão humano e tão difícil de entender.
A mim, sempre buscando explicações e significados porque tão pouco entendo, me ocorre falar ou escrever exatamente sobre aquilo que menos sei. Trabalho interminável, espécie de suplício de Tântalo: o pobre todo dia empurrando montanha acima uma grande pedra que voltava a rolar pela encosta, a fim de que o torturado recomeçasse mais uma vez.
Querer alcançar o significado das coisas, da vida, das gentes, de seus relacionamentos e desencontros, é um pouco assim.
Seguidamente me indagam – ou tento imaginar – o que seria um relacionamento perfeito. Eu ia escrever “casamento”, mas preferi a outra palavra, porque ela não tem nada a ver com cartório e burocracia, opressão ou coerção social e familiar: tem a ver com querer se ligar a alguém, e querer continuar ligado.
Cada dia, ao acordar, fazer de novo a escolha: eu quero mesmo é você comigo.
Mas “perfeito” é uma palavra tola: perfeição, só no céu de todas as utopias. Aqui, nesta nossa terra nada utópica, perfeição me pareceria um pouco entediante: como, nada a reclamar, tudo assim direitinho?
Olho pela janela e bocejo: muito sem graça, a tal perfeição. O céu com anjos tocando harpa pelo tempo sem tempo me deixava pasmada já na infância. Nada mais? Nem uma brincadeira proibida, um escorregão nas nuvens, uma risada na hora do sagrado silêncio... nem uma transgressãozinha na ordem celestial?
Minha alma indisciplinada não encontraria alimento nem estímulo, e ia-se desfazer em fiapo de nuvem embaixo de algum armário onde se guardassem os relâmpagos e os trovões, e todas as duras sentenças.
Então, relacionamento perfeito, nem pensar.
Mas uma ligação de cumplicidade e ternura, de sensualidade e mistério, ah, essa eu acho que pode existir. Como todos os contratos (não falo dos de papel mas de corpo, coração e mente), esse precisa ser renovado de vez em quando: a gente tira o contrato da gaveta da alma, e discute. Briga talvez, chora, reclama, mas ainda ama, ainda deseja. Ainda quer o abraço, o passo no corredor, o corpo na cama, o olhar atento por cima da xícara de café... quer até a desorganização e a ruptura, para depois de novo o que é bom se reconstruir.
Que seja vital: isso me parece uma boa parceria. Que seja dinâmica, seja lá o que isso significa em cada caso. Pelo menos, não acomodada; mas muito aconchegante.
Que seja sensual e amiga, essa ligação: se não gosto do outro como ser humano, com seus defeitos, sua generosidade e egoísmo, força e fragilidade, se não o quereria como amigo... como então, mesmo com tempero do desejo, posso me relacionar com ele para uma vida a dois?
O tema é quase infinito: pois cada caso é um caso, assim como cada casal é um casal, e cada fase da vida do indivíduo ou dos dois é diferente.
O bom é quando essa constante transformação se faz para maior cumplicidade, e não mais distanciamento.
Que um relacionamento não seja prisão; que não seja enfermaria nem muleta; mas que seja vida, crescimento (turbulências eventuais incluídas).
Que seja libertação e ajuda mútua; não fiscalização e condenação, a sentença pronunciada numa frase gélida ou num olhar acusador, ar de reprovação ou lamúria explícita.
Que seja cumplicidade, porque a vida já é difícil sem afetos. O som dos passos no corredor pode ser um conforto inacreditável, o corpo ao lado na cama uma âncora para a alma aflita. O entendimento recíproco é um oásis no isolamento desta nossa vida pressionada por tempo, dinheiro, regras, mil solicitações de família, trabalho, grupo social, realidade do mundo.
Que seja presença e companhia, o relacionamento bom: pois a solidão é um campo demasiado vasto para ser atravessado a sós.
LUFT, Lya. In: Pensar é transgredir.
O que encontrei de mais próximo ao que acredito ser não o ideal, mas o necessário para uma vida a dois.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Dia Legal de um Jovem Camponês Judeu

Quero falar de um dia importante na vida de um jovem camponês judeu. Seu nome é Yeshua. Seu pai se chama José e sua mãe Maria. Ele tem irmãos, mas não sei ao certo quantos são nem seus nomes.

Yeshua está em uma festa, em um casamento. São de pessoas conhecidas suas, moram em sua aldeia. Yeshua está de pé com um grupo de rapazes, são seus amigos. Alguns cresceram com ele, outros ele conheceu ali na festa mesmo. São todos em sua maioria gente de bem. Conversam sobre coisas triviais, observam as pessoas, comem e bebem.

Yeshua gosta de crianças. Gosta da maneira enérgica como correm e dos seus sorrisos e lágrimas. É que tanto um como o outro são bem sinceros. Os adultos não são tão sinceros assim com suas emoções, com seu próprio coração. Yeshua vai ao encontro delas, pergunta seus nomes e de quem são filhos. Em poucos minutos está sentado no chão conhecendo alguns dos sonhos daquelas crianças. Ele gosta da maneira como falam do mundo, de como acham tudo grande, da esperança que depositam no futuro. Ele quase consegue sentir a palpitação de seus coraçãozinhos quando falam da grandeza do mundo e de tudo que querem ainda fazer e conhecer. Ele se pergunta: “porque os adultos não são assim?”
As crianças o chamam pra brincadeira. Ele aceita. É algo como o que conhecemos como pic hoje em dia. Seus amigos não entendem como Yeshua consegue passar tanto tempo com as crianças, conversando com elas, o acham meio maluco: com tanta gente pra conversar, tantas moças para admirar, tanto vinho para beber, ele fica conversando e sai para correr com crianças.
Yeshua corre por uns minutos, mas pede para sair da brincadeira, afinal, já está com trinta. Não os consegue acompanhar em tudo.

Yeshua gosta de observar as pessoas, gosta muito mesmo. Ele olha para os diferentes grupos que estão na festa. Vê uma moça que está com sua família. Ela parece acanhada, meio deslocada. Yeshua pensa bastante, mas decide: vai em direção a sua família e a chama para dançar. Nem olha para o rosto de seu pai evitando encontrar um possível olhar de desaprovação. Apenas pega na mão da moça e inclina a cabeça na direção de seus pais em sinal de respeito. Puxa a moça pra roda de dança. As danças judaicas são muito alegres. Ele percebe que a moça ainda não está se sentindo muito a vontade, mas depois de uns vinte minutos de palmas, giros e pulos ele vê no seu rosto um sorriso. Se sente feliz então. Sai da dança.

Yeshua fica um tempo sozinho. Pensa. Observa. Vê uma família judia sentada conversando. São amigos seus, o viram crescer, são parte de sua tribo. Ele se senta com eles. Começa a conversar com a mais velha da família. Aproxima-se bem dela pra poder escutá-la e para que ela o escute. Ela está bem velha. Ela tem dificuldade para falar. Ele a escuta, e escuta, e escuta. Ele mais escuta que fala. Ele aprendeu muito nessa conversa. Conversaram sobre coisas da vida: os problemas da Palestina, o amor, a pobreza que os cercava, questões de família, questões da aldeia, a morte e por ai vai.

O vinho da festa acabou. Foi um desespero só. Seria quase um escândalo se todos tomassem conhecimento. Com uma só palavra ele consegue arrumar vinho. Tudo volta ao normal. Engraçado que os anos passam e ele continua assim, quando o pedem, ele põe o vinho que falta em nossa vida: alegria, paciência, serenidade, compaixão. É só pedir.

A festa acabou. Foi uma boa festa. A partir daí ele não parou. Saiu de casa, não levou nada consigo. Conseguiu companhia: alguns caras que eram tão estranhos como ele. Estes também deixaram suas casas e não levaram nada. Então, começou uma revolução, a maior revolução de todas. A revolução ágape, a revolução do amor. Ricos e pobres, donas de casa e prostitutas, crianças e velhos, casados e solteiros, judeus e não judeus. Todos, enfim, todos eram seu alvo. Ele queria que o ágape alcançasse a todos e ainda quer.

Eu queria ter estado naquela festa. Queria que ele tivesse me chamado pra dançar. Queria em algum momento de seu ministério ter parado pra conversar com ele bebendo uma caneca de vinho. Queria ter tido a oportunidade de ver como era seu sorriso. Quem sabe poderia eu ter sido uma das pessoas privilegiadas que o tocaram. Imagine só: Yeshua me abençoando e me dando um abraço. Queria saber como era seu tom de voz. Talvez eu não fosse uma de suas discípulas mais próximas, mas me sentiria feliz em estar no meio da multidão. Queria poder conversar com ele sobre as coisas da vida, como aquela velha. Só de pensar nessas coisas algo tão forte toma conta do meu peito, que enquanto estou aqui digitando essas palavras meus olhos lacrimejam, meu coração se aperta. Mas me pergunto também se teria dado importância, se não seria uma das pessoas que o insultaram ou simplesmente o ignoraram. Olhar para o passado com os olhos e sentimentos do presente é muito fácil. Mas prefiro crer que não seria assim comigo.

Este dia foi muito importante pra ele, foi um dia bem legal o dia desse casamento. Ainda terei muitos dias legais ao lado de Jesus.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Lua de Mel

Quero todas as luzes apagadas, menos a do abajur.
A temperatura está amena, deixe a janela aberta.
Nossa roupa de cama tem cheiro de baunilha.
Você trocou de xampu, não foi?
Que bom que hoje estais comportado, não vou precisar pedir tanto para que se controle.
Nada de uis e ais.
Não faço questão de champagne, um pouco de vinho barato basta.
Me canta uma canção?
Sua barba faz cócegas em minha testa, tudo bem.
As famosas borboletas, de nosso primeiro beijo, saem do estômago voando pelo corpo inteiro.
Sinto como nunca a firmeza de suas mãos.
Calma!
Você tem uma vida inteira para sentir de perto meu cheiro e saborear meus seios.
Pois nesta noite o prazer que quero ter é o de dormir quieta e segura em seus braços, deles recebendo calor.
Você pode apagar o abajur, por favor?

Amanhã tudo vai amanhacer com cheiro de terra molhada, sei que vai.

Aceito Sugestões

Quero para este momento um conceito, uma palavra.
Em meio a uma imensa tempestade vejo um ponto de paz, eis sua imagem. É em torno dela própria que surge o vendaval.
O medo e a raiva de agora me lembram os medos e raivas de outrora.
Estais vivo. Mais vivo do que nunca dentro de mim.
Pode parecer frio, mas em outras outroras a fria morte foi luz.
Desejo neste momento frieza, praticidade, exatidão. Oh quão desejosa matemática!
Mas não. Algum motivo da parte Dele deve haver para ter eu saído assim, puro impulso.
Estais vivo de todas as maneiras possíveis. Meu medo e raiva são testemunhas oculares dos movimentos que você faz dentro de mim.
Podias morrer!
Que hoje não seja outrora! Que importa o futuro? Que hoje seja hoje!
Você está morrendo, morrendo. Esforço-me para te ressuscitar. Mas não sei se queres ainda viver dentro de mim.
És inquietude, causador de toda tempestade. Traga-me sua paz!
Não! Por favor, não morra.
Preciso de um conceito, de uma palavra.

domingo, 16 de agosto de 2009

Casa Iluminada

Eu estava em algo que parecia ser uma casa. Não posso afirmar que o seja, pois não vi aquele lugar por fora. Vou chamá-lo assim. Estava no 2° andar. Digo isso pois estava sentada numa janela. Parecia ser eu de menor estatura que agora. Sentada na janela o meu braço esquerdo se apoiava completamente em minhas pernas, meu cotovelo direito também, mas minha mão estava no rosto. Estava a principio numa posição de observação. Usava um vestido na altura dos joelhos, ele era simples e fresco.
Em frente à janela em que estava sentada havia um corredor, relativamente longo. Aquela casa era linda. Estranho mas percebi isso pelo corredor, não tive acesso a outros cômodos. Era tudo tão iluminado, tão iluminado! Os móveis eram todos de cor clara, tudo era muito elegante. Neste corredor havia algumas janelas (desse detalhe não lembro bem). Mas como era claro, tudo claro. Lindo! Andavas por esse corredor bem devagar. Não sei se estava com dor, tonto ou infeliz, mas pela forma como andava, às vezes encostando-se à parede, não me passava a imagem de estar muito bem.
Ao findar o corredor você chega num cômodo, que é onde estou, na janela. O cômodo era um pouco comprido. Possuía alguns móveis. Lembro-me agora de uma poltrona e de uma pequena mesa. Tudo muito elegante. Esta parte não era tão iluminada como o corredor. Havia penumbra, o que tornava o ambiente mais sereno. Da janela onde estava entrava um vento suave fazendo as cortinas se moverem. Neste cômodo do fim do corredor algumas coisas tinham detalhes verdes. E todo o lugar era enfeitado com alguns ramos pequenos de flores, bem meigas, isso dava ao lugar certo charme. Adorei aquele lugar. Você não se deu conta que eu estava ali.
Começou andar de um lado para o outro. Fazia várias coisas, tudo muito rápido. Seu ritmo mudou ao chegar àquela parte da casa. Ninou um pouco uma criança, parecia fazer poses pra fotos, mexia depois no PC, tudo muito rápido. Nem se deu conta de minha presença. Pela sua intimidade com o local percebi que aquele ambiente não era estranho pra ti como era pra mim.
Eu estava ali sentada na janela, bem de frente pra ti. Se por um lado desejava que você pudesse me enxergar por outro estava ali gostando de observar seus movimentos sem ser vista, estava engraçado. Fiquei assim por um tempo.
Desejei que você me visse em dado momento. Você me viu. Aproximou-se da janela e perguntou o que eu fazia ali. Tenho certeza absoluta que nunca estive naquele lugar. Você perguntava de forma firme, parecia nervoso. Eu dizia: “sou eu, sou eu”. Você ficou furioso. Disse que eu tinha cinco minutos pra sair daquele lugar. Imaginei que, não me reconhecendo, você pensava ser eu uma ladra ou coisa parecida. E percebi seu bom coração, tendo isso em mente poderia muito bem ter chamado alguma autoridade, um conhecido, mas me deu a chance de sair. Acho que você chegou a pegar no meu braço tentando me tirar daquele lugar, completamente desesperado.
Depois de alguns minutos você parece que caiu em si. Eu disse pela última vez, alto e forte: “sou eu”. Tu me olhaste por alguns segundos fixamente. Teve nos lábios um sorriso que não saberia aqui detalhar bem. Ele expressava uma tranqüila surpresa. Alivio. Era um sorriso doce. O lugar ficou ainda mais sereno. Até que disse: “Débora”.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Coisas

Lábios cobertos de cimento.
Almas cheias de concreto.
Boas senhoras que não sabem o que é orgasmo.
Bons senhores que não conseguem sentar no quintal em dias de chuva.
Só falam o necessário.
Os sorrisos não mostram os dentes.
Eles têm uma pedra grande no estômago e pedrinhas na cabeça.
Por isso não conseguem pular para vibrar com o que quer que seja,
Pesa muito.
Se há um peso que não buscam muito carregar é o da Graça.
Homens que não tiram suas mulheres pra dançar.
Acho que essa gente nem canta no chuveiro.
Acostumaram-se com o tempero, não sentem mais nele prazer.
Maquiagem todos os dias? Sei que não gostam de minhas havaianas.

Não gritam de felicidade, prazer ou alegria. Só alteram o tom da voz pra brigar ou impor sua opinião.
Cores sóbrias, movimentos devidamente calculados.
Sim sim, vocês tem bom coração.

Não sentem a alegria da solidão.
Não sentem a alegria de estar junto.
Não há caricias leves.
Não há caricias intensas.
Vocês sabem o que é carícia?
Tocam-se só por cumprimento,
Encostam-se.

Não vêem honra nas lágrimas.
São aquilo que vestem e compram,
Neste mundo grifes valem mais que seus próprios nomes.

Há um grito dentro deles, mas não escutam.
As plantas que eles têm em casa não são do tipo que dá flores. Como pode?
Riram do meu vestido, disseram que parece com o de uma criança.
Pediram-me para não franzir a testa diante dos comentários, mas é involuntário.

Foi bom conhece-los. Amo vocês, mas tenho que partir.
Caso contrário morro. Velórios são chatos e caros.
Ligo e escrevo, ok?
Thau.
Ah sim, antes de ir: aceitam um pedaço de torta de frango?




PS: eles dizem pertencer a Ti. Derrama cura sobre eles, a começar em mim.

sábado, 25 de julho de 2009

Minhas Rosas

Sim, minha felicidade quer fazer feliz,
Toda felicidade quer fazer feliz!
Querem vocês colher minhas rosas?
Terão de curvar-se e esconder-se
Entre rochas e espinheiros,
E com freqüência lamber os dedinhos!

Pois minha felicidade é infantil!
Pois minha felicidade é simples, um pouco traquinas!
Minha felicidade tem dodói!
Ela tem gosto de bala e brigadeiro.
Querem mesmo colher minhas rosas?

(adaptado)

terça-feira, 14 de julho de 2009

Maioridade

Na Universidade:

- Bom dia!
- Bom dia!
- Eu gostaria de fazer uma solicitação pra dar entrada em alguns documentos.
- Sim, claro. Você tem que preencher um formulário. Espere, você é aluna aqui?
- Sim, por quê? Algum problema?
- Minha filha, quantos anos você tem?


Na Locadora:

- Olá!
- Olá!
- Boa tarde! Eu gostaria de saber quais documentos tenho que trazer pra ser sócia da locadora.
- Bem, só pedimos Identidade, CPF e comprovante de residência. Mas tem que ser maior de idade.
- Como?
- Só aceitamos como sócios maiores de idade.
- Minha senhora, tenho 21 anos de idade.
- Você tem mais de 18?
- Sim, tenho 21.
- Posso ver sua carteira de identidade por favor?
- Ok.
- Não, deixa pra lá, deixa, vou confiar em você.

No Trabalho:

- Boa tarde!
- Boa tarde! Vejo que gostou muito desta blusa, gostaria de experimentá-la ?
- Nossa!
- O que foi?
- Você tem uma carinha de anjo, mas uma voz hein.
- Seria de diaba?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Salmos 42 e 43

Amigos, não me peçam pra sorrir,
Se estou triste estou triste.
Não se trata de gostar da dor
Só não vejo sentido em esconder o coração.
Se estou feliz danço
Mas se estou triste fico no meu canto.

Porque estás abatida oh minha alma?
Gloriam in Excelsis Deo!

Família, não me perguntem o que há,
Se estou triste estou triste.
Amanhã isso vai passar
Pois sei que esta noite bálsamo minha alma encontrará.
Ele não tardará.
Não tardará.

Porque estás abatida oh minha alma?
Gloriam in Excelsis Deo!

Amor, que direi?
Se estou triste estou triste.
Não quero ouvir de ti nada,
Não quero dizer nada pra ti,
Só queria que estivesses aqui,
Só.

Porque estás triste oh minha alma?
Gloriam in Excelsis Deo!

Satanás, ser imundo! Quão inteligente e astuto és! Que adianta? Glória alguma tens.
Se estou triste estou triste.
É isso que querias de mim ouvir? Está dito.
Sabes o que Ele quer de mim, por isso me atacas.
Inimigo de todas as almas, Inimigo de minha alma.
Pelo sangue do Cordeiro, derrotado estás!

Porque estás triste oh minha alma?
Gloriam in Excelsis Deo!

Deus, Pai santo e poderoso,
Estou triste, muito triste.
Defenda-me e fortaleça-me! Venha aqui!
Contigo não tenho medo.
Sim Deus estou triste,
Suplico: Abraça-me esta noite.


Porque estás abatida oh minha alma? Por quê?
Que importa?
Gloriam in Excelsis Deo!
Gloriam in Excelsis Deo!
Soli Deo Gloria!
Soli Deo Gloria!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Salmos 84

Eram cinco os instrumentos de sopro. Não soube identificá-los na hora.
Eram cinco os jovens homens que conduziam os instrumentos.
Era linda a música que tocaram,
Sua glória estava ali!
Senti a beleza do protestantismo, já há algum tempo que não a sentia.
Tudo estava tão lindo,
Harmônico, sereno,
Sua glória estava ali!
Lembrei de Beethoven,
Vi-me vestida de branco,
Um lindo rapaz tinha uma linda barba,
Sua glória estava ali!
Perdi-me entre colcheias e semifusas.
Num momento a melancolia ficou alegre,
A alegria ficou melancólica,
Sua glória estava ali! Ela passeava por aquele Templo.
Os assembleianos tomaram a palavra, tudo mudou de tom.
Sua glória continuava ali!
Pessoas de pele escura, roupas coloridas, pandeiros,
Na África me vi.
Quanta alegria encheu aquele Templo!
Pensei, na sua volta será assim:
Europeus, africanos, americanos,
Batistas, metodistas, assembleianos,
Negros, brancos, corais.
Meu coração vibrava de alegria,
Sua glória estava ali!
Estava nos bancos, nas paredes,
Nos instrumentos, nos lembretes,
No clamor, no ar.
Na barba do lindo rapaz,
Na Sua palavra, nos abraços,
Ela estava também nas lágrimas.
Aleluia! Sua glória estava ali!
Que bom que fui àquele lindo lugar!
Sua glória estava ali!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Solidão Real III

"Eles acham que não tenho espelho.
Sei que sou feia.
Uso e abuso do que está então sobre meu poder.
O sexo dos homens é apenas algo a mais que posso dominar.
Ora, sou Carlota Joaquina. Uma nobre. Que importa se deito com escravos?
Fujo do marasmo desse palacete gélido. Preciso de alguma diversão."

(Diário – 25 de Julho de 1825)

Solidão Real II

Quantas Margot existem por ai!
Saem às ruas em busca de amor.
Seriam elas prostitutas? Acho que não.
Qual o sentido de ter uma casa neste caso?
Não se trata de casa, se trata de lar e calor.
Pobre Margot! Ele não era puta, era?

Solidão Real I

"- Nenhuma mulher merece isso.
Ora bolas, mendigar atenção?!
Ainda mais se tratando da rainha do Egito.
Chamem todos, daremos uma festa.
Nada de tristeza e solidão.
Júlio César, quem ele pensa que é?”

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Brincando

Débora. Débora Rodrigues. Débora de Souza. Débora Rodrigues de Souza. Débora Rodrigues de Souza ? . Deré. Derézinha. Déb. DéboraDeb. Débinha. Déborazinha.

"Minha flor, como você está?"

Tempo Nublado

A culpa é tua, toda tua.
Se dissesses o que é,
Se ao menos dissesses o que não é;
Tudo poderia estar mais claro, menos confuso, menos nublado.
Haveria menos neblina.
A culpa é tua.
Grande besta és tu! Quão burro tu és!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Jeito de Mato - Paula Fernandes

De onde é que vem esses olhos tão tristes ?
Vem da campina de onde o sol se deita
Do regalo de terra que o teu dorso ajeita
E dorme serena, no sereno e sonha.

De onde é que salta essa voz tão risonha ?
A chuva que teima, mas o céu rejeita
Do mato, do medo, da perda tristonha
Mas, que o sol resgata, arde e deleita.

Há uma estrada de pedra que passa na fazenda
É teu destino, é tua senda
De onde nascem tuas canções
As tempestades do tempo que marcam tua história
Fogo que queima na memória e acende os corações.

Sim, dos teus pés na terra nascem flores
A tua voz macia aplaca as dores
E espalha as cores vivas pelo ar
Sim, dos teus olhos saem cachoeiras
Sete lagoas, mel e brincadeiras
Espuma, as ondas, águas do teu mar ...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Matemática Presente nos Últimos Dias

Dormir - mais.
Comer - menos.
Sentir o vento.
Ler - menos.
Abraçar - mais.
Dançar - mais.
Sonhar - menos.
Ih, correr contra o tempo.
Sair - mais.
Beijar - mais.
Sentir - mais.
Pensar - menos.
Ler - mais.
Dormir - menos.
Dormir - mais ou menos?
Ler ? depende do que.

Mais de Deus.
Mais de compreensão.
Menos de ilusão.
Por favor, mais atenção.

Cante mais pra mim.
Olhe mais pra mim.
Olhe mais por mim.
Venha me ninar. Faz-me dormir.


No mais e no menos, por favor, mova-se.

A Velha

A cena foi rica, muito rica. Tentarei descrevê-la:

Era uma tarde quente de verão. Uma família estava reunida e pareciam estar felizes. Os adultos riam e conversavam. Crianças corriam gritando em meio a suas brincadeiras de um lado para o outro. O cheiro de comida bem temperada invadia o ar. A família estava dividida em vários grupos, se agrupavam por afinidade de assuntos. De vez em quanto ouviasse uma crise de risos.
No quintal havia uma árvore enorme, percebiasse bem antiga. Suas raízes com metros de comprimento e seu largo tronco mostravam isso. Debaixo dela havia uma mesa de madeira bem grande com comida, refrigerantes, vinhos e flores. Nela estava uma velha. O que mais me chamou atenção foi a velha. De certa forma, todo aquele movimento girava em torno da velha, mas não parecia, ela estava ali só. Eu a observava. Percebi naquele momento como que a velha e a árvore eram parecidas: a árvore provavelmente concedera sombra a muitos, suas sementes deram existência a muitas outras árvores. A velha estava ali, ela e suas gerações. Ela começou a olhar para a mesa. Resolvi sentar-me ao lado dela.

- Está tudo bem?
- Sim está. Passe-me um pedaço daquele bolo ali, por favor.
- Aqui .
- Obrigada. Bem, eu vou morrer.
- Como?
- Eu vou morrer.
- Não diga isso.
- Sei que está chegando o momento. Vou morrer. Chame seu pai pra mim, ele e sua tia.

Eu sabia que ela não morreria ali, naquele momento. Mas sai correndo como se fosse. Chamava por meu pai, Davi, e pedi a ele que fosse até ela com a irmã. Diante de minha correria parece que todos ficaram menos eufóricos. Foram os dois lá conversar com ela. Ninguém se atreveu a se aproximar. Era uma cena bonita: aquela velha mulher, aquela árvore, o sol se pondo e seus dois filhos, velhos também, sentados no chão diante dela, ouvindo-a. A cena era bonita, triste também, sabiam que ela já estava por morrer. Todos conheciam a história da bisavó da velha, que morrera com cento e vinte poucos. Ela estava nos primeiros anos do cem. Alguns da família torciam para herdar dela esta parte referente aos fortes genes, eu sou uma.
Após aquela cena todos pareciam estar mais serenos, todos olhavam para a velha, gradativamente iam lá saber se ela queria algo. Eu me aproximei dela mais uma vez.

- Vai lá na Biblioteca e escolha um livro pra ti.
- Qualquer um vovó?
- Em outros tempos eu não deixaria você fazer isso - ela ri. Eu escolheria um pra você. Sabe como é, há livros e livros. Mas certas coisas não fazem tanto sentido a partir de um dado momento da vida.
- Depois faço isso. Conte-me algo de seus tempos de faculdade.

Nossa! Como ela estava velha! Ela ainda tinha todos os dentes, mas não tinham mais o mesmo brilho. A muita melanina de sua pela segurou as rugas por um tempo, este tempo acabou. Seu cabelo crespo, ainda bem volumoso, parecia clara de ovo mexido. Lembro-me de sua voz impotente, de como era perfeita para centrar a atenção dos alunos nas suas aulas, agora, tinha que chegar bem perto pra entender o que dizia.

- Estão todos bem, não estão?
- Sim vovó, estão.
- E verás os filhos de seus filhos e a paz sobre Israel.
- O que?
- E verás os filhos de seus filhos e a paz sobre Israel. Há paz em minha Israel não há?
- Sim, há.
- Sabe de uma coisa, em certo momento de minha juventude comecei a sonhar com o dia em que este tipo de comemoração faria sentido pra mim.

Eu vi lágrimas escorrendo daqueles olhos cansados, elas atravessaram as rugas com esforço e chegaram perto de sua boca. De repente percebi que toda a família estava envolta de nós. As crianças estavam juntas, todas juntas. Os adultos menos grudados uns nos outros. A velha sabia o nome de cada uma das crianças. A filha do filho de sua filha se aproximou dela. Era bem pequena. Carregava nos braços alguns botões de rosa champanhe enrolados em um laço azul celeste. Todos sabiam o quanto ela gostava dessas rosas. O buquê era quase maior que sua bisneta. Ela se aproximou bem da velha conforme lhe instruíram.

- Vovó Débula.
- Sim?
- Feliz dia das Mães.

Tchau

É mais ou menos assim: não há mais encanto por ti.
Que vá embora definitivamente!
Mas acredite te quero ver bem.
O que ainda existe é uma idéia,
Uma lembrança,
Uma pequena esperança,
De que sejas legal.
Mas mostrastes teu outro lado,
Lado este mais real.
Tentar te entender meu causou fadiga,
Dor de barriga,
Fiquei muito mal.
É, você não é tão legal.
Quanta indiferença!
Pode ser que tua cara me cause náuseas,
Vai embora!
É mais ou menos assim: não há mais encanto por ti.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Conhece-me?

Há tristeza na pobreza, mas há beleza também.
Há beleza na riqueza, mas há tristeza também.
As inúmeras vantagens da pobreza e da riqueza conheço bem.
As intempéries dos dois extremos próximas de mim estão.

Pessoas de ambos os grupos ao meu redor sempre estarão.
Que posso eu fazer? Há bem nisso!
Não tenha medo não.
Cuido do meu coração.

Meu bem, não tente me rotular, não tenha medo de me perder, sei bem quem sou.
Não visto a sua camisa, dificilmente visto a de alguém.
Não me lembre de quem sou, sei muito bem.
Sei melhor do que não possuo do que do que tenho por bem.

Olhe só, como que, em se tratando de bens e riquezas, a coisa não é tão simples assim:

“Sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza enriquecesses.”

Houve na História pobre mais rico que Ele?
O que entendes por bem?
Categoria esta que tem significados diferentes pra nós.
Muito do que entendes por bem pra mim valor algum possui.

Eu tenho minha própria riqueza,
Conheço minha pobreza,
Não precisa me lembrar,
Desgastas-me.

Meu bem, deixe-me alegrar na boa pobreza e na boa riqueza.
Permita-me esquecer da triste pobreza e da triste riqueza.
Sei bem quem sou, pobre e rica sou.
Veja bem, pobre e rica sou.

Poema Tosco

Acostumei-me com sua presença distante.
Acostumei-me com sua distante presença quase que constante.

E agora? E agora?

Encantei-me com teu lado bem resolvido.
Encantei-me por sua confusão diária.

E agora? E agora?

Esse misto de pensamentos estranhos.
Essas conversas que acho que só fazem sentido pra nós.
Estas são dirigidas por um espírito romântico que nos guia, pela nostalgia, por nosso arcadismo particular.

E agora? E agora?

Não me deves satisfação alguma.
Nem eu pra ti.

Mas e agora? E agora?
Como somes assim?

Quem diria! Depois de tanto tempo, eis meu coração de volta a um tormento.
Ah não! Vejo-me sentindo saudades de ti!
Isso não é bom. Cheira confusão.
Não deveria estar assim.

Mas como assim?
Não sentes falta de mim?

Quem é você em minha vida José?
E agora?E agora?

Cadê você?

Gosto tanto de ti José.
Tanto! Tanto!
E agora meu Deus?
Fala! Fala!

Quem é você em minha vida José?
Quem? Quem?
E agora
?

sábado, 2 de maio de 2009

"Fazem de mim uma estrela fixa, mas não sou. Sou um planeta andarilho. Não deviam me pedir orientação."

Lutero, filme.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Felicidade

Lorrane é uma Diva.
Camila um anjo.
Daniela uma palhaça.
Cris exala graciosidade.
Eu? Observo tudo.

Ares de cerveja, batatas-fritas, sorrisos, nossos refrigerantes.
É bom estar no Quiosque do Marcelo.
Estou em casa agora.
Saudades da Felicidade.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Sábado de Manhã e a Serenidade

Amor

Amanhã muito provavelmente tudo estará com cheiro de terra molhada, deste jeito não conseguirás sentir o cheiro. Pare!
Tens passado muito tempo trabalhando, isso muito me preocupa. Muitas mulheres se orgulhariam em ver seus homens enfiados no trabalho, eu prefiro vê-lo envolvido com a vida. A vida que idealizamos juntos. O trabalho faz parte dela, mas não é ela.
Amanhã muito provavelmente tudo estará com cheiro de terra molhada. Vou me afastar dos artigos e dos livros, você da sua correria sem graça. Amanhã é sábado amor, relaxe. Quero ficar a maior parte do tempo recosta em seu peito pela manhã. Hoje a noite tem vinho velho, roupa velha e filme antigo.

Amor

Nada de meus artigos e livros, nada de sua correria sem graça. Amanhã é sábado, tudo estará com cheiro de terra molhada.
Buscar lenha hoje a tarde seria bom,
Comer pipoca seria bom,
Te sentir seria muito bom,
Parar por uns minutos e contemplar seus cílios seria ótimo,
Que correria sem graça! Desse jeito não conseguirás sentir o cheiro amanhã de manhã.
Hoje é a noite do vinho velho, da roupa velha, do filme antigo. Amanhã tudo estará com cheiro de terra molhada. Pare de correr, eu estou aqui. Chega de sua correria sem graça. De manhã haverá café fresco e pão dormido, sem problemas, a gente assa. Comprei um queijo pra ti, vais gostar.

Amor

Amanhã tudo estará com cheiro de terra molhada. A serenidade te pegará, eu sei. Hoje é a noite do vinho velho, da roupa velha, do filme antigo. Amanhã teremos queijo, café fresco e pão dormido. Vou ficar parte da manhã recostada em seu peito.
Vamos buscar lenha agora?
Que correria sem graça!
Amanhã vai amanhecer com cheiro de terra molhada, sei que vai.

Voa Passarinho

Um passarinho entrou em minha casa esta manhã. Não sabia ele que era perigoso?
Minha casa é pequena. No medo, se batendo, podia ele ferir seu biquinho, suas asinhas.

Eu entrei no seu mundo (acho). Não sabia eu que era perigoso? (pior que não sabia).
Seu mundo é grande demais pra mim. Minhas palpitações aumentam e as asas da minha emoção podem sofrer pequenas ou grandes feridas.

O passarinho sentiu o perigo, e em desespero, saiu de minha casa.
E eu?

Simples Assim

Santidade. Malícia.
Ousadia. Timidez.
Alma: avalanche ou poça d’água.
Vive na cidade dos macacos.
Impulsos. Retração.
Amigos. Um dedo de solidão.
Certeza. Confusão.
Mui amada. Ainda sim um tin tin de solidão.
Vinhos. Suco de laranja.
Pieguice. Praticidade.
Grandiosidade das cidades. Graciosidade do campo.
Freiras. Desejos dos mais diversos.
Escravos, mulheres, cristãos e demônios no século um.
Muita gente. Pouca gente.
Encanto pelo desconhecido. A tradição tem seu charme.
Mãe de Israel, mãe de muitos.
Corpo miúdo.
Sorriso largo.
Suor.
Serenata de Amor e Diamante Negro.
Silêncio interno e externo.
Gritos internos e externos.
Sonhos. Não seriam devaneios? Sonhos. É igual.
Mousse de maracujá e strogonoff.
Cartas.
As mãos são parecidas com a da mãe.
Livros.
Procura-se um esconderijo.
Espera.
Medo. Calma.
Inverno: sofá, chocolate.
Verão: estrelas, muitas estrelas. Sorvete de morango. Escada de concreto.
Alegria sim, tristeza também.
Será? Quando? Por que ainda não?
1
2
3
.
.
.
21
Novembro, 12 de Novembro.
Bálsamo, ele sempre vem.
Liberdade. Algumas correntes. Liberdade.
Abraços.
Dança.
História.
Teologia.
“Também já fingiu ser o que não era para agradar uns, e já fingi ser o que não era para desagradar outros.”
Alguns bares.
Muitas Igrejas.
Chopin já lhe proporcionou mais encanto.
.
?
!
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh.
Jesus Cristo,
Ganghi, Luther King, Charles Chaplin.
Feminista? hã ..., não.
Chuva fina, tempo nublado.
Criticismo. Burrice.
Encantadora. Insuportável.
Inconformismo.
Aparência infantil. A voz às vezes assusta. Alguns disseram que não combina.
Energia, muita energia. Preguiça, muita preguiça.
Desconstruindo, reconstruindo, sempre.
Ah sim, cartões. De todos os tipos, cores e tamanhos. Cartões!
Nuvens noturnas.
Arroz de forno.
Paz.
Abraços, mais abraços. Sorrisos também.
Himalaia. Ele está no Himalaia.
Tempestade.
Graça, maravilhosa graça!
Bálsamo de novo.
Oi/Olá. Thau.
Abelha.
É ela. Ela? Sim, é ela.